HISTÓRIA DO QUARTEL DO CARMO
MAIS DE 600 ANOS DE HISTÓRIA
400 anos como Convento Carmelita,
200 anos como Comando das Guardas Militares da Polícia.
É desde 1910-1911 o Comando-geral da Guarda Nacional Republicana.
Aqui se perpetua a memória do fundador D. Nuno Álvares Pereira,
heroíco vencedor da Batalha de Aljubarrota de 1385, a memória do terramoto de
Lisboa de 1755, a memória da implantação da república em 5 de outubro de 1910
de onde emergiu a GNR, e a memória da restauração da liberdade e da democracia
em 25 de abril de 1974.
O FUNDADOR
DO CONVENTO DO CARMO
Condestável
D. Nuno Álvares Pereira
D. Nuno Álvares Pereira nasceu a 24 de junho de 1360, filho de uma
aia da rainha Leonor Teles e do Prior do Crato, Mestre dos Hospitalários.
Aos 13 anos foi armado cavaleiro pela rainha, tendo evidenciado os
seus dotes militares na crise dinástica de 1383-1385, como Condestável do
Reino, em apoio a D. João, Mestre de Avis.
Lendário Condestável, entre as suas vitórias militares destaca-se
a batalha de Aljubarrota (14 de agosto de 1385) que garantiu a independência de
Portugal.
Casou com Leonor de Alvim, de quem teve uma filha, D.ª Beatriz. A
união da filha do Condestável com D. Afonso, filho do rei D. João I, deu origem
à Casa de Bragança, cuja descendência se encontra presente na Coroa de Portugal
e nas casas reais europeias até à atualidade.
Consolidada a independência, D. Nuno Álvares Pereira lançou-se na
projeção de Portugal no exterior, tendo participado em 1415 na expedição a
Ceuta, considerado o marco inicial dos Descobrimentos Portugueses pelo Mundo.
Após o ciclo
heroico e as mortes da mulher e da filha, em 1423, despojou-se das suas
riquezas materiais e vestiu o hábito de donato Carmelita neste seu convento
onde viveu uma vida de despojamento, penitência e entrega à causa dos mais
desfavorecidos. Aqui habitou uma pequena cela onde faleceu a 1 de abril de 1431,
tendo sido sepultado em campa rasa na igreja deste convento.
Conhecido em
vida como Santo Condestável, foi beatificado pelo Papa Bento XV, a 23 de
janeiro de 1918, durante a I Guerra Mundial, sendo canonizado a 26 de abril de
2009, com o nome de São Nuno de Santa Maria, pelo Papa Bento XVI.
A memória deste
herói nacional continua viva na GNR e em Portugal. É o patrono da arma de
Infantaria e dá nome à medalha de mérito da GNR.
CARMO - 600
ANOS DE HISTÓRIA
De Convento
Carmelita a Quartel das Guardas Militares da Polícia
O Convento do Carmo de Lisboa é um dos edifícios mais emblemáticos
e históricos de Portugal. Foi fundado pelo heroico Condestável D. Nuno Álvares
Pereira aquando da consolidação da independência nacional que se seguiu à crise
de 1383-85. A primeira pedra foi colocada a 1389 e oito anos depois foi ocupado
pelos frades Carmelitas de Moura, tendo sido doado à Ordem do Carmo, braço
espiritual dos Hospitalários, em 1423. Este convento impressionava pela
imponência da arquitetura gótica e também enquanto centro de poder, estudo e
espiritualidade.
O terramoto de 1531 provocou a primeira derrocada, seguiu-se a
reconstrução e, a partir de 1580, entrou novamente em declínio após a perda da
independência de Portugal, tendo-se profetizado que se do Carmo «haja quietude,
de todos os outros não há que temer». Nesse ano de 1580 partiram deste edifício
os primeiros Carmelitas para o Brasil onde fundaram colónias em Olinda, Baía,
Santos, Rio de Janeiro, S. Paulo e no Maranhão.
Em 1640 deu-se a restauração da independência nacional e a
dinastia instituída na descendência do Condestável fortaleceu este Convento até
à irreversível decadência provocada pelo terramoto de Lisboa de 1755 quando
«caiu o Carmo e a Trindade» (frase imortalizada pelo povo). Seguiu-se a
extinção das Ordens Religiosas, decretada pelos liberais em 1834, que terminou
definitivamente com a função religiosa do convento. O Carmo, que desde 1801
servia de comando à primeira Guarda da polícia, a partir de 1845, passou a
funcionar exclusivamente como quartel e Comando-geral das Guardas em Portugal.
Aqui continua a funcionar o Comando-geral da GNR.
O Quartel do Carmo foi o último bastião da monarquia em Portugal
que caiu a 5 de outubro de 1910. Na I República aqui terminaram diversas
revoltas e revoluções. No dia 25 de abril de 1974 foi palco da «Revolução dos
Cravos» que pôs fim ao regime autoritário de 48 anos em Portugal, dando lugar à
liberdade e à democracia.